Autor: Brandon Sanderson
Editora: LeYa
Páginas: 608
🌟🌟🌟🌟🌟+💓
Sinopse: "O que acontece se o herói da profecia falhar? Descubra em Mistborn! Certa vez, um herói apareceu para salvar o mundo. Um jovem com uma herança misteriosa, que desafiou corajosamente a escuridão que sufocava a Terra. Ele falhou. Desde então, há mil anos, o mundo é um deserto de cinzas e brumas, governado por um imperador imortal conhecido como Senhor Soberano. Todas as revoltas contra ele falharam miseravelmente. Nessa sociedade onde as pessoas são divididas em nobres e skaa – classe social inferior –, Kelsier, um ladrão bastardo, se torna a única pessoa a sobreviver e escapar da prisão brutal do Senhor Soberano, onde ele descobriu ter os poderes alomânticos de um Nascido da Bruma – uma magia misteriosa e proibida. Agora, Kelsier planeja o seu ataque mais ousado: invadir o centro do palácio para descobrir o segredo do poder do Senhor Soberano e destruí-lo. Para ter sucesso, Kel vai depender também da determinação de uma heroína improvável, uma menina de rua que precisa aprender a confiar em novos amigos e dominar seus poderes."
RESENHA:
"Às vezes, me preocupo em não ser o herói que todos acham que sou.
Os filósofos me asseguram que este é o momento, que os sinais foram cumpridos. Mas ainda me pergunto se não pegaram o homem errado. Tantas pessoas dependem de mim. Dizem que tenho o futuro do mundo inteiro nas mãos.
O que pensariam se soubessem que o seu campeão - o Herói das Eras, seu salvador - duvidou de si mesmo? Talvez não ficassem nem um pouco surpresos. De certo modo, é isso que mais me preocupa. Talvez, em seus corações, eles duvidem - assim como eu.
Quando me olham, veem um mentiroso?"
Há mil anos atrás, um herói apareceu para salvar o mundo.
Mas ele falhou.
Desde então, o mundo é rodeado por brumas, e governado por um único e tirano imperador, O Senhor Soberano.
Numa sociedade dividida entre nobres e skaas (classe social inferior), todas as rebeliões e tentativas de derrubar O Senhor Soberano e seu Império Final falharam miseravelmente, suprimidas com facilidade.
É nesse contexto que Kelsier, um habilidoso ladrão e único sobrevivente da prisão brutal do Senhor Soberano (as Minas de Hatshin), planeja a derrocada do Império Final, num plano ousado que não depende apenas dele, mas de vários outros integrantes de sua gangue e também de uma jovem garota de rua, Vin.
O Império Final é um ótimo livro introdutório. Brandon Sanderson, além de ter uma escrita fácil, acertou em cheio na sua construção de mundo. Talvez esse seja o ponto alto de Mistborn. Embora existam muitos detalhes, Sanderson constrói sua história de tal forma que fica muito simples para o leitor entender; ele fornece informações aos poucos, de modo que o leitor pode ir apreendendo a forma de funcionamento desse universo sem se sentir sobrecarregado. Eu, por exemplo, estou no começo do segundo livro e já nas primeiras cem páginas, já há uma expansão do universo. Como a introdução foi muito bem feita, está sendo tranquilo acompanhar essa expansão sem me perder.
A estrutura social e política da série também é um ponto forte. Entre nobres, skaa, obrigadores e Inquisidores, o leitor vai se habituando e entendendo o funcionamento de cada uma das classes e como elas interferem na história.
A cereja do bolo fica por conta do sistema de magia. Após ler o primeiro livro e pesquisar algumas coisas, vi que Sanderson concedeu algumas entrevistas falando sobre como a magia precisa de regras, ou corre o risco de tornar-se uma espécie de Ex-machina. Em Mistborn, a alomancia é a principal magia utilizada. Ela consiste basicamente em "queimar" metais existentes no organismo, sendo que cada um deles manifesta um poder diferente. Inicialmente, somos apresentados a oito tipos de metais diferentes. Uma pessoa que pode queimar apenas um metal é conhecida como Brumoso, enquanto as raras pessoas que podem queimar todos os tipos são os Nascidos da Bruma, como Kelsier e Vin.
Há também a feruquemia, um outro tipo de magia, com suas próprias regras, e que não é tão aprofundada nesse primeiro livro, mas acredito que será no segundo. O personagem que nos apresenta essa magia é Sazed. Eu, particularmente, achei a feruquemia muito mais fascinante e espero poder ver mais sobre ela nas sequencias.
Aliás, Sazed e seu profundo conhecimento religioso foi um show a parte nesse livro. Isso é muito bacana. Sanderson consegue pincelar luta entre classes, opressão, debates religiosos e filosóficos através de uma história fantástica e bem escrita.
Nessa empreitada para derrubar o Senhor Soberano, em que vemos esse universo ser construído aos poucos e tomando forma, não se pode deixar de lado a gama de personagens carismáticos que temos aqui. A história é contada basicamente pelo ponto de vista de Kelsier e Vin, e essa alternância traz um tom muito legal. Por um lado, Kelsier é experiente no uso da alomancia, tem um passado doloroso, mas está sempre oferecendo sorrisos. Há mais em Kelsier do que vemos inicialmente, e a forma como ele orquestra seus planos traz alguma segurança para seus amigos e para nós, leitores, mas sempre há a sensação de que há a algo a mais.
“Tramas por trás de tramas, planos além de planos. Sempre havia outro segredo.”
Por outro lado, temos Vin, uma garota de rua que mal compreende seus próprios poderes e tem seus próprios demônios internos para lidar. A voz do irmão sussurra o tempo inteiro em seu ouvido, incitando Vin a não confiar em ninguém, afinal ela foi abandonada por todos, inclusive por ele. É junto com Vin que vamos aprendendo mais sobre alomancia, à medida que a própria começa a aprender com Kelsier, e começa também a confiar um pouco nas pessoas ao redor.
"E Vin gostava da solidão. Quando se está sozinho, ninguém pode te trair.' Palavras de Reen. Seu irmão lhe ensinara tantas coisas, e reforçara seus ensinamentos fazendo o que sempre prometera que faria - traindo-a ele mesmo. É a única maneira de você aprender. 'Qualquer um pode te trair, Vin. Qualquer um.'"
Uma história não se sustenta apenas com seus protagonistas, e Sanderson sabe disso. Os personagens secundários são tão interessantes quanto os protagonistas, particularmente Sazed, que demonstrou ter muito mais aspectos que podem ser explorador. Brisa e Ham, tão diferentes entre si, mas que se complementam muito bem na gangue; Trevo, sempre encantadoramente carrancudo; até mesmo o jovem Fantasma tem lá seu charme na história. Os diálogos e momentos em que a gangue está reunida tem muita coesão, e é fácil se encantar por eles.
Temos ainda Elend Venture, um rapaz da nobreza, que acaba conhecendo Vin enquanto ela interpreta sua parte no plano se infiltrando em bailes e conhecendo as intrigas que permeiam as cortes e as Grandes Casas de Luthadel. Gosto da interação entre Vin e Elend, há uma quebra de ritmo na narrativa nos diálogos e momentos entre os dois; uma quebra bem vinda, ao meu ver, e necessária também. Afinal, é aqui que conhecemos mais profundamente a nobreza e como funcionam seus jogos políticos.
O Império Final é um livro que te conquista nas primeiras linhas, e consegue ficar ainda melhor à medida que a história cresce. Sanderson vai construindo uma crescente tensão, que explode nos momentos finais. Ele não tem piedade quanto aos personagens, então prepare-se. Toda a sequencia final é alucinante, e o medo e a tensão nos fazem crer que qualquer coisa pode acontecer. Mesmo após o final, algumas incógnitas permanecem. Não diria que são pontas soltas, O Império Final fecha seu próprio ciclo. Mas há algo sob a superfície, algo que inquieta o leitor atento, que sabe que aquele ainda não é o gran finale.
Ainda não tinha ouvido falar do livro, mas gostei bastante da resenha! Acho o máximo quando os autores conseguem criar um mundo totalmente novo e nos apresentar esse novo lugar sem nos deixar perdidos e/ou confusos, sabe? E pelo que você disse esse livro é bem assim, então acho que eu ia curtir a leitura!
ResponderExcluirUm beijão,
Gabs | likegabs.blogspot.com ❥
Sim, a construção de mundo desse livro é fantástica! Você realmente consegue adentrar o universo sem se perder, é tudo muito bem explicado!
ExcluirAbraços <3
Oiieee
ResponderExcluirTenho uma amiga que é apaixonada por tudo o que o Sanderson escreve e pelo que vi na resenha realmente vale a pena, a história parece ser interessante e bem trabalhada, o tipo de livro que a gente desfruta lendo de verdade. Fica a dica anotada aqui
Beijos
aliceandthebooks.blogspot.com
Olha, eu só li Mistborn do Sanderson, mas tem grandes chances de se tornar um de meus autores preferidos.
ExcluirObrigada ela visita <3
Gente, eu já vi muito elogio a essa série, mas acho que nunca li uma resenha. Adorei o mundo criado pelo autor e com certeza vou ler porque amo fantasias.
ResponderExcluirBeijos
Balaio de Babados
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Ah, se ama fantasia, vai fundo! Essa trilogia é muito boa <3
ExcluirSempre ouvi muitos elogios a obra do Sanderson, mas meu primeiro contanto ocorreu somente ano passado, com Coração de Aço e adorei. Estou louco para ler o próximo livro da série e para começar a desbravar os outras obras do autor.
ResponderExcluirAchei muito criativa e original a premissa de que o herói falhou e a profecia não se realizou. Sanderson sempre invertendo os clichês.
Enfim, certo que irei comprar o livro na Black Friday rsrs
Abraço,
Alê
www.alemdacontracapa.blogspot.com
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Comprei Cpração de Aço, e estou esperando chegar. Realmente só escuto coisas positivas sobre as obras do Sanderson, e espero conhecer outros universos criados pelo mesmo.
ExcluirMistborn vale muito a pena!
Obrigada <3
Olá, não conhecia mas gostei da premissa adoro histórias com aventuras e magia.
ResponderExcluirwww.mundofantasticodoslivros.blogspot.com
Se gosta de aventuras e magia, com certeza vai gostar de Mistborn <3
ExcluirAbraços <3